2 de jan. de 2010

Corte indiscriminado de madeira da caatinga pode afetar a sobrevivência no semiárido

A forma inadequada do uso de grandes áreas tem levado à degradação

A exploração da cobertura vegetal, em especial no semiárido, é fonte de renda para agricultores familiares e de insumos para abastecer importantes segmentos econômicos instalados na região. A lenha cortada vai para as indústrias, fornos domésticos, restaurantes e padarias. Isso quer dizer que entre 30 e 50% da energia primária consumida no Nordeste tem como fonte a madeira retirada da caatinga.

O problema é que muitas vezes ao custo de cortes indiscriminados de espécies madeireiras. Para o engenheiro agrônomo Ivan André Alvarez, pesquisador da Embrapa Semiárido, a contenção desses cortes manterá a mata nativa como importante meio de desenvolvimento social e econômico na área dependente de chuva.

A forma inadequada do uso de grandes áreas tem levado à degradação do solo e à perda de biodiversidade, explica o pesquisador. Os modelos de desenvolvimento para a região contribuem para agravar os impactos sociais e ambientais, principalmente os que são relacionados com a exploração da madeira da caatinga, e desmatamentos e queimadas para implantação de sistemas agropecuários.

É preciso não deixar que esse processo se prolongue ou até mesmo se acelere, afirma Ivan Alvarez. O componente florestal - com o fornecimento de madeira, carvão, forragem, óleos, tanino e produtos medicinais - é básico para o desenvolvimento do semiárido. Na região do sertão pernambucano e norte da Bahia, é necessário promover o fortalecimento de práticas de manejo sustentado da caatinga, compatíveis à realidade local, em contraposição ao modelo irracional que vem levando a vegetação à degradação.

Nordeste Rural

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